21 de mai. de 2007

Estudantes da USP e da Unicamp em greve
Yuri L. e Gabriel Casoni do Coletivo Lado B.

• Ao outorgar os Decretos que atacam a autonomia das Universidades Públicas do estado de São Paulo, o Governador José Serra devia estar pensando que o movimento estudantil estava morto. Não poderia ter cometido engano maior. Esta semana os estudantes de duas Universidades Estaduais Paulistas, USP e Unicamp, realizaram assembléias e entraram em greve contra os Decretos do governador José Serra.
No dia 16 de maio, quarta-feira, os estudantes da USP se reuniram na maior assembléia geral dos últimos anos e decidiram ir a greve. A decisão foi tomada por aclamação em uma assembléia com mais de 1500 estudantes. Estavam presentes representantes de vários cursos e de diversos campi, como o de Piracicaba e da Zona Leste. Ainda nessa assembléia os estudantes decidiram permanecer ocupados na reitoria, apesar da ameaça da reitora e do governo do estado de uso da força policial.
No dia seguinte a greve começou com força total. Não houve aulas na FFLCH, que reúne os cursos de Ciências Sociais, História, Geografia, Filosofia e Letras. Além disso, a FOFITO também teve 100% de adesão. Na ECA (Escola de Comunicação e Artes) vários cursos já entraram em greve e a tendência é que na próxima semana a Escola de conjunto entre na greve. A EACH, no campus da Zona Leste, aprovou paralisações e indicativo de greve para a semana que vem. Ao que tudo indica os estudantes da Faculdade de Educação também devem entrar em greve até semana que vem.
Funcionários também entram em greve e professores devem aderir
No mesmo dia, os funcionários iniciaram sua greve. Houve adesão de 70% dos trabalhadores, o que, segundo Magno de Carvalho, diretor do Sindicato de Trabalhadores da USP (SINTUSP), é a maior adesão de todos os tempos para o primeiro dia de greve. Os funcionários decidiram também participar da ocupação, e vários estão na reitoria junto com os estudantes.
Na quarta-feira, dia 23, os professores irão decidir em assembléia se engrossam ou não as fileiras da greve. Há sinais fortes de que eles também irão cruzar os braços, unificando as três categorias da universidade.

Greve de estudantes também na Unicamp

Também no dia 16, os estudantes da Unicamp aprovaram greve estudantil em assembléia com mais de 200 pessoas. Já estão paralisadas as aulas no IFCH e na Pedagogia. Economia, Geografia, Educação Física, Biologia e Farmácia devem estar aderindo à greve ainda durante esta semana.
Os estudantes da Unicamp já haviam protagonizado uma vitoriosa ocupação de reitoria este ano, com importantes vitórias e continuam na luta construindo a greve contra os Decretos do Governador José Serra.

UNESP presente na luta

Na UNESP a luta contra os decretos também segue firme e forte. Além dos estudantes da UNESP Rio Claro que seguem em greve, esta semana os estudantes da UNESP Marília ocuparam a direção do campus. Nos dias 19 e 20 ocorrerá conselho de CAs e DAs da UNESP e FATEC onde os estudantes estarão discutindo a possibilidade de deflagrar a greve estudantil.
Construir a greve unificada dos três segmentos das Universidades Estaduais Paulistas para derrotar os Decretos
Agora todo o esforço do movimento estudantil combativo deve estar voltado para fortalecer e expandir a greve. A Conlute vem participando com tudo do processo de construção da greve das estaduais paulistas. Precisamos construir uma greve unificada dos três segmentos das Universidades Estaduais Paulistas para derrotar os Decretos do Serra e fortalecer as mobilizações nacionais que irão derrotar a Reforma Universitária de Lula. Só a organização e a luta do movimento estudantil e dos trabalhadores podem nos levar a vitória. Então, vamos à luta!