21 de mai. de 2007


Estudantes ocupam reitoria da USP

Cerca de 300 estudantes ocuparam no dia 03 de maio a reitoria da Universidade de São Paulo contra os decretos do governador José Serra e a Reforma Universitária do Presidente Lula.

• No dia 03 de maio, quinta-feira, os estudantes da USP tinham marcada uma audiência pública com a reitora Suely Vilela para que a mesma se posicionasse acerca dos Decretos Estaduais do governador José Serra. Apesar da reitora estar viajando pela Espanha, a reitoria havia confirmado a presença do vice-reitor Franco Lajolo. Como no dia da audiência ninguém apareceu ou deu satisfação, os estudantes deliberaram que a carta seria entregue em mãos na própria reitoria.
Assim, os cerca de 300 estudantes que estavam reunidos para a audiência num auditório da Faculdade de História e Geografia desceram até a reitoria para entregar a carta de reivindicações. Como as portas já se encontravam trancadas pela guarda universitária, eles começaram a forçar a entrada. Apesar de seguranças tentarem impedir a entrada, e da porta ser blindada e contar com o reforço de uma grade de ferro, os estudantes abriram caminho.
A partir daí, já dentro da reitoria, os universitários realizaram uma assembléia para determinar os rumos do movimento. Como o número de presentes aumentou e o movimento se fortaleceu, a pauta de reivindicações cresceu, pedindo, além do posicionamento em relação aos decretos, mais moradia, a contratação de professores e funcionários, reformas dos prédios, Conselho Universitário aberto e que não ocorram punições para os ocupantes.

A CONLUTE presente na luta!

Desde o início das lutas a Conlute esteve presente, através de ativistas que participam de diversos Centros Acadêmicos e movimentos. Desde a audiência pública até a ocupação, os ativistas da Conlute estiveram na linha de frente do movimento. Ainda dentro da ocupação, junto com os demais ativistas, organizaram o movimento e trabalham ininterruptamente em todas as comissões organizadas, como nas de limpeza, comunicação, segurança, negociação e alimentação.

A Luta também é contra a Reforma Universitária de Lula



A luta dos estudantes, contudo, não se foca somente no governo estadual. Apesar das exigências estarem relacionadas apenas aos problemas da USP e aos Decretos do Serra, em várias assembléias já se pautou a luta contra a Reforma Universitária de Lula.
Na concepção dos estudantes ocupados, os Decretos do Serra e a Reforma Universitária de Lula são faces da mesma moeda, já que ambas caminham no sentido do sucateamento da universidade, da privatização e da submissão do serviço público as grandes empresas.
DCE e UNE: facada nas costas dos estudantes
A UNE está com uma política de ação pelas costas dos estudantes. Após o DCE UnB, controlado pela UNE, quebrar uma garrafa nas costas de um estudante que criticava a entidade; o DCE da USP, também controlado pela UNE, tentou negociar pelas costas dos estudantes ocupados na reitoria.
Existe uma comissão de estudantes, que é subordinada as plenárias da ocupação, responsável pelas negociações com a reitoria. Mas, mesmo assim, a reitora tentou negociar com um diretor do DCE, passando por cima da Comissão. Como os estudantes descobriram o golpe a tempo, houve um forte repúdio, e o DCE foi obrigado a suspender o diretor.
Não podíamos esperar nada diferente de um DCE controlado pela UNE. Em defesa da Reforma Universitária do governo, a União Nacional dos Estudantes segue tentando manter a luta restrita aos Decretos de Serra, se negando a ouvir os gritos dos estudantes da USP e demais universidades paulistas entoados em diversas manifestações: "É Lula lá! É Serra aqui! E a nossa verba vai pro FMI!".

A Luta vai continuar

A luta vai continuar. A ação demonstrou a radicalização do movimento na USP, que reivindica autonomia das universidades estaduais, se colocando contra os Decretos de Serra e contra a Reforma Universitária do Governo Lula. A luta das Universidades estaduais paulistas pela educação pública de qualidade se fortalece. Nas próximas semanas as ações devem continuar. Os servidores e docentes também estão discutindo indicativos de greve.