Secretária Mariza Abreu abandona audiência pública na Assembléia Legislativa
25/03/2008 - 18:25
A secretária estadual da Educação, Mariza Abreu, abandonou a audiência pública da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa quando a reunião foi transferida pela presidenta do órgão técnico, deputada Marisa Formolo (PT), do Plenarinho para o auditório Dante Barone. A mudança de local aconteceu para garantir a segurança das pessoas que lotaram o Plenarinho, os corredores da Assembléia, a sala da Comissão de Educação e parte do auditório Dante Barone. O início da audiência, na manhã desta terça-feira 25, foi tumultuado. A deputada Marisa teve de suspender a reunião por alguns momentos a fim de negociar com a secretária.
Deputados, secretária, Conselho Estadual de Educação e Ministério Público reuniram-se, reservadamente, na sala contígua ao Plenarinho, mas não houve acordo, apesar dos argumentos da presidenta da Comissão. "Cada um assume a sua responsabilidade", disse a deputada Marisa. "Como presidenta, suspendi a audiência no Plenarinho e transferi para o Dante Barone para preservar a integridade física dos presentes", ponderou. "Gostaria que a secretária tivesse a mesma capacidade que esta Casa tem de dialogar. Uma audiência pública é para ouvir a população. A secretária se negou ao debate", lamentou Marisa.
Desmonte - Professores, pais e alunos criticam o desmonte das escolas públicas do Rio Grande do Sul e queriam discutir o problema com a secretária. No início deste ano letivo, o governo do estado promoveu a chamada enturmação, ou junção de turmas, ultrapassando o número máximo de alunos recomendado pelo Conselho Estadual de Educação (CEE). Houve o remanejo de alunos em cerca de 7.500 turmas, o fechamento de 105 escolas estaduais e a multisseriação. Além disso, foi encerrada a oferta da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e estimulada a municipalização da educação infantil.
Entre os inúmeros relatos e denúncias sobre a precariedade na educação pública gaúcha, a professora Líbia Aquino, da Escola Estadual Augusto Meyer, de Guaíba, fez um desabafo. "não temos suporte pedagógico. Temos apenas 38 professores para atender 1.200 alunos. A biblioteca foi fechada, a psicopedagoga foi retirada prejudicando os 45 alunos que necessitam de atendimento especial e os cegos estão sem atenção", registrou a educadora.
Stella Máris Valenzuela- Site www.cpers.com.br