Balanço do congresso da UNE
Um jogo de cartas marcadas...
... onde o vencedor é o governo
(parte II)
... onde o vencedor é o governo
(parte II)
Thiago Hastenreiter, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
Aconteceu entre os dias 5 e 8 de julho, em Brasília, mais um Congresso da UNE (CONUNE). Desde 2003, quando a entidade passou de malas e bagagens para o lado do governo, não se poderia esperar nada para além de resoluções e moções de apoio às diretrizes políticas e educacionais do Planalto.
A abertura do evento foi realizada no Senado Federal. O local não poderia ser apropriado. Afinal de contas é lá onde o PCdoB defende com unhas e dentes o "progressista" Renan Calheiros, atual símbolo da corrupção do país e ex-ministro da Justiça de FHC.
Também estiveram presentes na cerimônia figuras ilustres e inimigas históricas dos movimentos sociais. A sessão, presidida por Pedro Simon (PMDB-RS), contou com a participação dos senadores: Mão Santa (PMDB-PI), conhecido pela sua brutalidade contra os sem-terra; e Marconi Perillo (PSDB-GO), patrocinador oficial do CONUNE de 2005. Como se não bastasse, a mesa coordenadora acolheu até mesmo o deputado federal Efraim Filho (PFL-PB).
Depois de aprovar em seus sucessivos congressos o apoio a todas as versões apresentadas pelo MEC da reforma Universitária, ao 50º CONUNE, ficou incumbida a tarefa de comemorar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que limita para os próximos 10 anos o crescimento da folha salarial dos servidores públicos federais, mantém o salário mínimo de fome, avança nas privatizações e inicia a reforma da Previdência. Essa resolução é um duro golpe contra a atual greve dos técnico-administrati vos, que já alcançou 46 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Sobre a vergonhosa ocupação das tropas do exército brasileiro no Haiti, o CONUNE não aprovou nenhuma linha sequer. Isso se deu por um motivo muito simples: o PCdoB faz parte do governo que oprime o povo haitiano a serviço do imperialismo norte-americano.
Um dos maiores ataques da história contra a universidade pública, denominado Universidade Nova, foi elaborado pelo reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, e transformado em Decreto pelo presidente Lula em abril de 2007. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), como também é conhecido, transforma o ensino superior público num grande escolão de curta duração, através da criação de ciclos básicos. Trata-se de um ataque tão sinistro, que o PCdoB não teve a coragem de defender abertamente tal programa. No entanto, se utilizou de uma manobra nem um pouco criativa, e ao invés de aprovar o apoio à Universidade Nova, o CONUNE deliberou pela Nova Universidade.
Se o CONUNE refletisse minimamente a realidade, a greve das estaduais paulistas, sobretudo a ocupação da USP, se faria presente em Brasília. Mas não foi isso o que aconteceu. A USP não enviou nenhum delegado ao CONUNE.
Diante de toda traição da direção majoritária da UNE, seria natural que a oposição de esquerda crescesse em seu interior. No entanto, a oposição diminuiu, enquanto a chapa formada pelo PCdoB, PT e MR-8 (PMDB) e PDT alcançou 72% dos votos. O PSOL, que tinha até então dois diretores na executiva da entidade, elegeu apenas um.
Os companheiros do PSOL admitem hoje que é impossível mudar os rumos da entidade. Portanto, torna-se cada vez mais necessária a construção de uma nova entidade independente, democrática e combativa. Essa tarefa deve ser assumida desde já pela Frente de Oposição de Esquerda da UNE (FOE), Conlute, Executivas de Curso e pelos milhares de estudantes que protagonizaram as lutas em defesa da universidade pública contra o governo Lula.
Aconteceu entre os dias 5 e 8 de julho, em Brasília, mais um Congresso da UNE (CONUNE). Desde 2003, quando a entidade passou de malas e bagagens para o lado do governo, não se poderia esperar nada para além de resoluções e moções de apoio às diretrizes políticas e educacionais do Planalto.
A abertura do evento foi realizada no Senado Federal. O local não poderia ser apropriado. Afinal de contas é lá onde o PCdoB defende com unhas e dentes o "progressista" Renan Calheiros, atual símbolo da corrupção do país e ex-ministro da Justiça de FHC.
Também estiveram presentes na cerimônia figuras ilustres e inimigas históricas dos movimentos sociais. A sessão, presidida por Pedro Simon (PMDB-RS), contou com a participação dos senadores: Mão Santa (PMDB-PI), conhecido pela sua brutalidade contra os sem-terra; e Marconi Perillo (PSDB-GO), patrocinador oficial do CONUNE de 2005. Como se não bastasse, a mesa coordenadora acolheu até mesmo o deputado federal Efraim Filho (PFL-PB).
Depois de aprovar em seus sucessivos congressos o apoio a todas as versões apresentadas pelo MEC da reforma Universitária, ao 50º CONUNE, ficou incumbida a tarefa de comemorar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que limita para os próximos 10 anos o crescimento da folha salarial dos servidores públicos federais, mantém o salário mínimo de fome, avança nas privatizações e inicia a reforma da Previdência. Essa resolução é um duro golpe contra a atual greve dos técnico-administrati vos, que já alcançou 46 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Sobre a vergonhosa ocupação das tropas do exército brasileiro no Haiti, o CONUNE não aprovou nenhuma linha sequer. Isso se deu por um motivo muito simples: o PCdoB faz parte do governo que oprime o povo haitiano a serviço do imperialismo norte-americano.
Um dos maiores ataques da história contra a universidade pública, denominado Universidade Nova, foi elaborado pelo reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, e transformado em Decreto pelo presidente Lula em abril de 2007. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), como também é conhecido, transforma o ensino superior público num grande escolão de curta duração, através da criação de ciclos básicos. Trata-se de um ataque tão sinistro, que o PCdoB não teve a coragem de defender abertamente tal programa. No entanto, se utilizou de uma manobra nem um pouco criativa, e ao invés de aprovar o apoio à Universidade Nova, o CONUNE deliberou pela Nova Universidade.
Se o CONUNE refletisse minimamente a realidade, a greve das estaduais paulistas, sobretudo a ocupação da USP, se faria presente em Brasília. Mas não foi isso o que aconteceu. A USP não enviou nenhum delegado ao CONUNE.
Diante de toda traição da direção majoritária da UNE, seria natural que a oposição de esquerda crescesse em seu interior. No entanto, a oposição diminuiu, enquanto a chapa formada pelo PCdoB, PT e MR-8 (PMDB) e PDT alcançou 72% dos votos. O PSOL, que tinha até então dois diretores na executiva da entidade, elegeu apenas um.
Os companheiros do PSOL admitem hoje que é impossível mudar os rumos da entidade. Portanto, torna-se cada vez mais necessária a construção de uma nova entidade independente, democrática e combativa. Essa tarefa deve ser assumida desde já pela Frente de Oposição de Esquerda da UNE (FOE), Conlute, Executivas de Curso e pelos milhares de estudantes que protagonizaram as lutas em defesa da universidade pública contra o governo Lula.