UFRGS terá cotas raciais no próximo vestibular!
Tamyres Filgueira – Movimento Vamo Bate Lata
No dia 29 de junho ocorreu em Porto Alegre a votação no Conselho Universitário da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) do projeto de implementação da cotas raciais e sociais na universidade. A discussão das cotas raciais movimentou a universidade e abriu a discussão na sociedade, o movimento negro, sindical e estudantil favorável as cotas este mobilizado durante toda semana, um dia antes da votação já havia estudantes e trabalhadores acampados na reitoria da UFRGS, no dia da votação estavam presentes centenas de ativistas concentrados no saguão da reitoria.
Mas como era de se esperar, um grupo de estudantes contra as cotas convocou um ato no mesmo dia, mas o ato fracassou e dispersou antes de sair o resultado da votação. Durante a semana a sociedade gaúcha pode perceber o caráter racista do movimento contra as cotas na universidade, pichações ao redor da UFRGS com dizeres racistas como “lugar de negro é na cozinha do RU” deu o tom da disputa que estava colocado naquela semana.
Uma integrante do Conselho Universitário, a estudante Claúdia Thompson (contra as cotas) entrou na justiça pedindo uma liminar para impedir a votação. Mas a reitoria pressionada pelo movimento favorável as cotas consegui anular a liminar e colocou o projeto em votação.
Depois de 6 horas de discussão foi aprovado com 27 contrários e 43 votos favoráveis as cotas raciais e sociais na UFRGS, no próximo vestibular 30% das vagas por curso serão destinadas as cotas, sendo que 15% racial e 15% para estudantes de escola pública.
A luta contra o racismo continua!
Esse debate que estava no limite dos muros da universidade, se espalhou por toda sociedade e serviu para mostrar a divisão racial existente normalmente é mascarada, quando falamos de negros na UFRGS estamos falando de apenas 2% dos estudantes e 0,3% dos professores.
Esse debate mostra que o racismo é parte desta sociedade e assim como a opressão às mulheres é parte fundamental da exploração capitalista. Por isso nossa luta não se limita a lutar por cotas nas universidades, mas sim faz parte de uma luta mais global contra uma sociedade que utiliza a opressão as mulheres, negros e homossexuais para gerar lucro aos grandes empresários.
Nossa luta não é contra os brancos, mas sim contra uma classe que domina as riquezas e gera a exploração, nossa luta é pela construção de uma nova sociedade sem classes, sem exploração, sem racismo, sem homofobia e machismo, nossa luta é por uma sociedade é socialista!